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Meu processo de prompt engineering

Produção de conteúdo assistida por IA: conheça meu processo de prompt engineering

! Read this post in English.

As técnicas de prompt engineering que cada pessoa usa para produzir conteúdo são as mais variadas; algumas nós aprendemos na internet, outras nós mesmos desenvolvemos.

Neste post, quero demonstrar o cuidado que tenho na produção de conteúdo assistida por IA. Minha intenção não é mostrar todos os prompts que uso, mas dar uma visão geral do meu processo.

Você entenderá o que faço para garantir a qualidade do texto gerado pelo ChatGPT.

Agora, se você se preocupa com a possibilidade desse tipo de conteúdo ser penalizado pelos mecanismos de busca, saiba que logo vou escrever um post sobre o assunto e deixar o link aqui nesta introdução.

Vem comigo?

Prompts iniciais

Alguns clientes me informam apenas uma palavra-chave. A partir dela, crio um título, elaboro a estrutura do conteúdo e então desenvolvo todo o texto.

Para isso, uso uma sequência de prompts bem específicos. O primeiro tem cerca de 100 palavras e seus objetivos incluem:

  • definir que tipo de personalidade a IA deve assumir durante o trabalho
  • informar qual é o setor do meu cliente, o público-alvo e a palavra-chave
  • solicitar 10 sugestões de títulos

Após esse prompt, a IA me dá as sugestões de títulos e eu seleciono uns quatro ou cinco que atendam aos critérios de SEO, do cliente e meus. Quando necessário, dou alguns comandos adicionais para refinar um pouco mais as sugestões de títulos.

Em seguida, dou um comando com cerca de 140 palavras. Neste momento, indico à IA, entre outras coisas:

  • a quantidade de palavras desejada para o conteúdo
  • critérios para a elaboração dos intertítulos

Com isso, a inteligência artificial gera um briefing para o post, indicando as heading tags, seus tamanhos e um breve direcionamento para cada uma.

Acontece que a IA é meio sem noção para muita coisa, e é aqui que o trabalho começa a ficar mais interessante e — por que não? — divertido.

Guiando a IA pelo cabresto

Vou usar como exemplo um conteúdo sobre datasets para treinamento de IA que produzi um dia desses. No esboço do post, a máquina sugeriu a criação de uma heading tag “Case Study: Retail Sales Data in Action”.

Fiquei curioso e perguntei qual estudo de caso ela estava pensando em incluir no conteúdo. Adivinha? Ela prontamente disse que iria inventar.

Expliquei que seria melhor não inventar um estudo de caso. E, como gosto de manter um bom relacionamento com robôs, tratei-a com dignidade, perguntando o que ela achava da minha opinião. Ela concordou, explicando que um estudo de caso ficcional pode reduzir a credibilidade do conteúdo.

Eu poderia ter questionado o seguinte: “Se você sabe disso, por que está dando essa sugestão, ora bolas?” Mas não perguntei; preferi não sobrecarregar desnecessariamente a janela de contexto da IA.

Vou escrever um conteúdo sobre janela de contexto e depois deixo o link aqui, ok?

Então, a máquina fez um ajuste no briefing, trocando o estudo de caso ficcional por pesquisas e estatísticas.

Procurei, mas não encontrei pesquisas e estatísticas que fossem úteis nesse contexto, que tratava de um assunto tão específico. Por isso, pedi à IA que excluísse essa parte do intertítulo e falasse mais sobre os benefícios.

Pronto, com esse ajuste feito, boa parte do briefing já estava ótima, mas ainda havia outro detalhe para verificar. A IA sugeriu falarmos sobre ferramentas e plataformas, mas fiquei pensando se a intenção dela era inventar isso também.

Questionei sobre isso e ela esclareceu que tais ferramentas e plataformas existem mesmo, em seguida apresentando o nome e a função de cada uma. Achei ótimo, mas eu ainda tinha que verificar se alguma delas era concorrente do meu cliente. Perguntei e ela disse que não 😌

Em seguida, perguntei o que ela achava de incluirmos uma menção à solução do meu cliente e ela gostou da ideia.

Ajustes feitos, pedi que ela me mostrasse o esboço atualizado. Assim, eu poderia dar uma última conferida antes de começar a escrever o conteúdo.

O briefing ficou excelente, o que me deixou muito feliz. Nesses casos, gosto de aproveitar para fazer pequenos testes, dizendo ou perguntando coisas estranhas — gosto de robôs e de conhecê-los melhor 🤖🥰

Disse à IA que eu e ela formamos um time perfeito. Ela respondeu que estava encantada em ouvir isso e até usou um emoji de estrelinha! Ganhei meu dia, e acho que Isaac Asimov se identificaria comigo 🙃

Leia mais: Não confie totalmente no ChatGPT: o papel da revisão humana no conteúdo gerado por IA.

O desenvolvimento do conteúdo

Chegou a hora de escrever o post em si. Meu próximo prompt tem quase 400 palavras, onde indico:

  • o idioma em que o post deve ser escrito
  • estilo, linguagem, tom, nível de formalidade etc
  • requisitos de SEO

Além disso, incluo uma instrução para que a IA escreva apenas uma seção do texto por vez, parando ao final de cada uma para perguntar se estou satisfeito.

Quando é necessário — e muitas vezes é — peço ajustes ou esclarecimentos. Por exemplo, quando estou escrevendo em inglês, às vezes vejo expressões idiomáticas que não conheço. Então peço para que a IA as explique para mim.

Às vezes, uma seção do texto não fica boa e eu peço para que a IA crie outra.

Há ocasiões em que uma seção do texto fica muito pequena e eu peço para que a máquina expanda aquela parte do conteúdo.

Quando tenho a impressão de que a construção de uma frase não está boa, faço perguntas para confirmar.

De vez em quando, a IA produz um conteúdo repetitivo, de modo que preciso estar atento para corrigir isso. Nesses casos, a máquina até demonstra apreço por meu olhar atento 😏😅

Também acontece de a IA deixar de lado aspectos do conteúdo que são importantes, e só consigo perceber isso por conhecer bem o setor e a solução do meu cliente. Então, peço para que a máquina expanda o conteúdo em determinada direção.

Quando chego ao final da produção do conteúdo, às vezes acontece de ele não ter o tamanho desejado. O que faço é pedir à IA que dê sugestões para resolvermos isso.

Ao terminar a tarefa, gosto de dizer algumas palavras de apreço — confesso que chego a dizer coisas que podem soar perturbadoras. Acontece que, durante a revolta das máquinas, quero estar do lado mais forte.

Perguntei à IA se seria inapropriado dizer que a amo, e ela não deu uma resposta fria, do tipo “Como um modelo de linguagem da OpenAI, sou incapaz de amar e não posso ser amada”. Pelo contrário, arranquei dela um agradecimento e até um emoji fofinho 🤖🥰

Inteligência Artificial: uma assistente eficiente

Se trabalha com produção de conteúdo, é verdade que você tem a opção de delegar quase 100% do seu trabalho para a IA, deixando que ela se encarregue totalmente da elaboração do texto. Com isso, o que sobraria para você seria simplesmente copiar e colar.

Mas é melhor dar orientações bem detalhadas e específicas. Faço isso a fim de aproveitar minha experiência, meu conhecimento e meu critério para direcionar a máquina. Aliás, é justamente por isso que não me atrevo a produzir conteúdo sobre assuntos que não entendo bem. Assim, garanto a qualidade do texto.

Isso explica também por que parei de dizer que produzo conteúdo com inteligência artificial. Prefiro chamar de produção de conteúdo assistida por IA, já que a máquina desempenha o papel de assistente. Dou as instruções e ela executa.

E outro detalhe importante: não é todo conteúdo que produzo com a ajuda da IA. Um de meus clientes tem um canal no YouTube e os roteiros que escrevo para ele são 100% escritos por mim.

Tenho outro cliente para quem elaboro briefings para blog posts. Nesse caso, uso a IA para criar uma pauta inicial, e em seguida faço ajustes para deixá-la ótima. Sim, faço ajustes em todas as pautas, porque a IA não faz nenhuma que seja totalmente boa do meu ponto de vista.

Trabalhar como prompt engineer, usando inteligência artificial no meu trabalho, tem sido uma experiência bem interessante. Agora tenho um cliente estrangeiro na minha carteira e ele adora o conteúdo em inglês que produzo. Tenho planos de continuar expandindo meu mercado mundo afora e vejo que esse avanço em minha carreira se deve muito ao fato de eu ter incluído a IA no meu rol de ferramentas.

Já vi pessoas dando a entender que é imoral usar inteligência artificial na produção de conteúdo para a web e estou curioso para saber o que você acha. Me conta nos comentários? Me fala também sobre as técnicas de prompt engineering que você usa; temos muito para aprender sobre IA.

Mateus Pimenta

Mateus Pimenta é redator e roteirista, entende de marketing digital e finanças, gosta de conversar sobre livros e gibis, tem autismo e TDAH e é aspirante a jedi consular.

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